A Água, lisonjeada pela ardência de tamanha paixão, queria dar uma chance à seu elemento oposto, mas sempre que os dois se tocavam, explodiam em nuvens de vapor. Os dois amantes eram incapazes de manter o toque um do outro.
Entristecido por causa do amor proibido, o Fogo lamentava seu sofrimento. O Ar, que passava ventando ali por perto, viu o elemento resmungando e perguntou o que havia. O Fogo lhe contou sobre sua paixão impossível pela Água.
Comovido pela situação do amigo, o Ar se dispôs a ajudar:
“Fogo”, disse o Ar, “eu posso ajudá-lo a concretizar seu amor pela Água, mas pra isso você teria que abrir mão de sua própria essência. Você sacrificaria as suas chamas, o seu calor infernal pelo seu amor?”
“Sim”, respondeu o Fogo, “Sim”, repetiu.
E então, o Ar se aproximou da Água e começou a ventar muito forte, soprando sem parar o elemento líquido para cima do elemento flamejante. O Ar era puro vento, mais intenso que o mais forte dos furacões; tão intenso que abafou o calor do Fogo; tão intenso que congelou a Água; tão intenso que uniu os dois elementos opostos.
Quando o Ar parou de soprar, o Fogo reacendeu infernal, flamejante como sempre. A beleza líquida da Água voltou a inundar tudo em volta. Mas ali, bem no meio onde os dois elementos opostos haviam se unido, estava a prova eterna de seu amor. Congelada para sempre no formato de um coração estava uma chama. A chama que unia o Fogo e a Água. A chama congelada de um amor impossível.
Dizem que a chama congelada em forma de coração caiu no nosso mundo. Os que já a encontraram afirmam que ela tem um poder quase infinito. Um poder imensurável, o poder do amor. O poder capaz de curar qualquer ferida, qualquer Mal. O poder de trazer a felicidade. Dizem que essa chama congelada é o próprio Coração do Universo."
-Conto escrito por Ultra Gameboy